quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vá, saudade, vá

Com saudades estava de minhas palavras. Palavras que são minhas, por um momento apenas. As palavras são um pombo branco, e eu, o mágico, as liberto de minha cartola para o primeiro vôo.
Quando eu escrevo, sinto-me uma transmutação, uma transmissão de desejos e de sonhos. Sinto-me como uma cortina, e sinto o amor como o próprio vento.

Escrita a saudade, ela quase se vai. Porém, com saudades estou, ainda, dos meus desenhos, de desenhar. De imaginar mundos só meus, e que em preto pitam o branco papel. A vida, em escala de cinza, reclama um arco-íris, o qual imagino também.

Cores escolhidas, papel pintado. Saudade chora. O vento carrega o vapor do amor, que se condensa em gelada superfície. É o calor que se transporta. Coração frio, quentes vapores. Choques térmicos, lágrimas derramadas que mancham a pintura do papel.

Preto e branco, voltou a ser. O tempo tratou de levar as cores. Quentes e frias. Não levou consigo, porém, a saudade.

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