Quando eu escrevo, sinto-me uma transmutação, uma transmissão de desejos e de sonhos. Sinto-me como uma cortina, e sinto o amor como o próprio vento.
Escrita a saudade, ela quase se vai. Porém, com saudades estou, ainda, dos meus desenhos, de desenhar. De imaginar mundos só meus, e que em preto pitam o branco papel. A vida, em escala de cinza, reclama um arco-íris, o qual imagino também.
Cores escolhidas, papel pintado. Saudade chora. O vento carrega o vapor do amor, que se condensa em gelada superfície. É o calor que se transporta. Coração frio, quentes vapores. Choques térmicos, lágrimas derramadas que mancham a pintura do papel.
Preto e branco, voltou a ser. O tempo tratou de levar as cores. Quentes e frias. Não levou consigo, porém, a saudade.