Nunca esqueci: pintei um sol de amarelo, de azul pintei o céu. Fiz como achei que devia. Para não cometer graves, que não convém a um pintador. Mão na caneta vermelha, que na época fazia medo, rabiscaram o meu papel, como se o triste tivesse que ser em escala de cinza somente.
Foi na minha primeira série. Num teste de português. O texto lido mencionava poucos fatos, menos ainda me lembro. Mas sempre lembro da professora Joelice armada com aquela caneta vermelha, riscando a orelha do papel que em tela, fiz o meu desenho, dizendo que eu não soube representar a tristeza, como se fosse um erro mortal pintá-la de azul, verde e amarelo, cores do Brasil.
Perdi pontos, ou até só décimos. Não importa. Ficou a lembrança. Nunca esqueci.
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