sábado, 12 de novembro de 2011

Sem que pudessem levantar

Foi-se o dia. Passaram-se as horas. Deitado, ele, na cama, lá fora o relento. De insônia não se fazem sonhos. As estações estão mudando, e as árvores estão nuas.
Do outro lado do mundo, deitada, ela, na cama, sol a pino. Céu limpo, nuvens passageiras. De solidão, não se pensa em cores.
E ventos que os separam levam a um, a lembrança do outro. Eles, após anos, parecem se encontrar novamente na solidão. Pensamentos se cruzam, corpos não.
Passam os dias, folhas não nascem nem a chuva vem. Deitados, permanecem os dois. Um pensando no outro. Rostos que se desfizeram com o tempo. Marcas de chuva e sol em mundos distantes. Lembranças quase apagadas, pulsam agora, como sangue venoso.
Deitados, permanecem eternos. Corpos sem vida.

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